• Sexta, 29 de Março de 2024

Homem diz que deu quatro tiros na mulher por estar 'cego de raiva'

Jair Varlei confessou feminicídio ontem em Aral Moreira, se diz arrependido, mas tinha comprado revólver horas antes do crime

HéLIO DE FREITAS/ CAMPO GRANDE NEWS

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O comerciante Jair Varlei Schwantes, 39, disse que ficou “cego de raiva” durante mais uma briga com a mulher, Andréia Pereira dos Santos, 37, por isso a matou com quatro tiros na noite de ontem (18) em Aral Moreira, a 364 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai.

 

No depoimento ao delegado Mikaill Alessandro Gouvea Faria, que o autuou em flagrante na manhã desta quarta-feira (19), Jair alegou que estava “cheio” de ser ofendido pela mulher, se disse arrependido do ato, mas os indícios são de assassinato premeditado, já que horas antes de praticar o feminicídio ele comprou no Paraguai a arma do crime, um revólver calibre 38.

 

Catarinense e morando em Mato Grosso do Sul desde 2000, Jair Schwantes foi preso pela Polícia Militar Rodoviária fugindo em sua caminhonete Toyota Hilux em direção a Amambai. No depoimento, ele disse que a intenção era chegar à casa de sua mãe, em Santa Catarina. O revólver usado no crime foi encontrado no veículo.

 

Na fuga, Jair levava junto o filho adolescente, fruto do primeiro casamento. O menino morava com ele e Andréia e ajudava o casal na pizzaria da família em Aral Moreira.

 

Também moravam com o casal um filho adolescente do primeiro casamento de Andréia, e a filha do casal, de sete anos. O delegado Mikaill Faria disse que não há informação de que Andréia estava grávida, como foi revelado na noite de ontem.

 

A versão do criminoso – Jair disse no depoimento que conheceu Andréia quando os dois eram casados e passaram a ter um caso. Ela teria ficado grávida dele e os dois se separaram dos companheiros para morarem juntos, mas o casamento não deu certo e ele voltou com a primeira mulher. Andréia também voltou com o marido, que assumiu a filha de Jair.

 

Ainda segundo a versão do assassino confesso, há pelo menos três anos Andréia se separou do marido, o procurou e os dois voltaram a morar juntos. Na época o casal tinha uma pizzaria em Ponta Porã, mas devido a fofocas dos vizinhos, segundo ele, o casal se mudou para Aral Moreira, onde montou outra pizzaria.

 

Jair alega que nos últimos tempos as brigas se tornaram constantes, com supostas ofensas por parte da mulher, inclusive na frente de clientes da pizzaria. Afirmou que Andréia o chamava de “vagabundo” e “ordinário” e ameaçava deixá-lo. Também acusou a mulher de pegar dinheiro do caixa da pizzaria para gastos fora de casa.

 

Revólver calibre 38 usado no crime foi comprado horas antes no Paraguai (Foto: Divulgação)Arma do crime – Jair Varlei Schwantes conta que passou o dia ontem tomando jurubeba. Mesmo assim foi a Ponta Porã comprar mantimentos para a pizzaria. Aproveitou para ir à loja Peralta, em Pedro Juan Caballero, onde comprou revólver calibre 38 por R$ 2.800.

 

Por volta de 18h de ontem, em mais uma discussão com Andréia, Jair disse que já estava com a arma na cintura. Diante de suposta nova ofensa da mulher, o assassino confesso disse que sacou a arma e apontou para Andréia. Ela tentou correr para dentro da casa onde morava com ele, mas foi atingida por quatro tiros e morreu no local.

 

No momento em que foi preso na estrada, Jair estava com o filho adolescente, levado pelo pai sem saber direito o que estava acontecendo. O garoto chorava muito, segundo os policiais. O homem foi autuado em flagrante por feminicídio nesta quarta e está preso em Ponta Porã.



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